sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

POEMA À VINICIUS

O sol desponta
O dourado sua cãs enegrece
E  enquanto sua voz emudece
Vozes frias desfiam as contas.

É o prenúncio do dia
O clarão empobrece a Lua
E enquanto esta voz inda é sua
Uma outra, sem saber, desafina.

Ande agora pelas ondas do mar
Beije as estrelas com que tanto sonhou
Sem você a vida estancou
Como fogo que estanca sem ar.

Despeje nestes campos o que é sensivel
E deixe a todo instante de morrer
Porque não há ninguém para escrever
O que sente, e por você era dizível.

Ah! Quanta alma seu poema inda socorre
E enquanto vela branca é acendida
Tudo em volta é despedida:
Em cada mão um adeus morre.

Ah! Quanta festa sua canção embebeceu
E enquanto uma flor é desfolhada
Cada alma por lágrimas se ve molhada:
O poeta adormeceu.

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